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Sobre asas e flores

31/03/2021.


O assunto hoje é uma dica de livro: 'Asas e flores - o olhar fotográfico de Jéssica Mendes'. Nas minhas pesquisas por referências me deparei com o trabalho dessa jovem fotógrafa do DF. A publicação Asas e Flores é resultado da primeira exposição individual da artista realizada em 2013, então com 21 anos e recém saída do Instituto de Ensino Superior de Brasília onde cursou fotografia. De 2013 para cá a exposição percorreu vários espaços e a fotógrafa realizou várias outras: Direito das pessoas com deficiência, 2015; Educação inclusiva: direito de todos, 2016; Pois de tudo fica um pouco, 2017. Não é mais uma menina recém formada, encontrou seu lugar de protagonismo e sua história deve ser propagada, como de tantas outras mulheres.



Jéssica tem síndrome de Down e trabalha na Secretaria Nacional das Pessoas com Deficiência, desta forma é uma personalidade importante, pois além de ser um exemplo para outros garotos e garotas de que sim eles podem! Tem a oportunidade de participar da construção de ações concretas e políticas públicas e dá voz a uma narrativa em primeira pessoa a uma parcela da população cujas histórias vem sendo narradas de fora. Esse é um elemento extremamente importante! Pois não importa o quanto bem intencionados sejamos (como fotógrafos) quando narramos histórias estamos perpassados por nossas próprias experiências de vida.


Contudo, a Jéssica tem lugar de fala! E é necessário parar e ouvi-la. Em primeiro lugar, porque ela tem esse direito. E também porque crescemos como sociedades ao permitirmos a existência de múltiplos discursos, para muito além do discurso hegemônico ora paternalista ora excludente.


O dia de hoje é um marco histórico do dano que um discurso hegemônico excludente pode causar - há 57 anos aconteceu no Brasil um golpe militar. E eu, como educadora e artista, sempre tentei contribuir para uma sociedade múltipla porque acredito que crescemos na convivência com as diferenças. Este texto é uma ínfima tentativa de fazer ecoar a voz da Jéssica, que vem se saindo muito bem e não precisa da minha ajuda. Mas eu preciso... poder fazer parte (ainda que de forma tão pequena e passageira) de histórias dignificantes me ajuda a acreditar que temos futuro.


Um abraço e até o próximo post!


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