Porque insistimos tanto que não existe representatividade feminina na fotografia
Texto: Carolina Engler.
02/02/2021.
Discussões sobre a questão da representatividade (feminina, negra, LGBT+...) tem sido cada mais frequente tanto nas mídias tradicionais como nas mídias sociais. E nós aqui do Ateliê Cromo decidimos escancarar que a militância pela visibilidade feminina faz parte das causas que abraçamos. Estamos no mercado desde 1998 e fazemos parte de uma geração que costumava separar os valores e causas pessoais das atividade comerciais. Mas, artistas que somos, temos um espírito questionador... E há algum tempo estamos incomodadas pensando porque que tem que ser assim? O Ateliê Cromo é uma empresa familiar, composto por 2 fotógrafas, irmãs... Não dá para separar os nossos valores dos valores do Ateliê.
Dito isso, vamos a questão principal enunciada pelo título deste post: Porque insistimos tanto que não existe representatividade feminina na fotografia. Há alguns dias estávamos preparando conteúdo para o Instagram e queríamos falar de fotografia de natureza, indicando livros para aumentar o repertório dos nossos alunos do curso de fotografia no Ateliê Cromo. Sempre que abordamos um tema, seja em aula ou num post, escolhemos os artistas com muito cuidado e temos alguns critérios que orientam nossas escolhas:
1. Tem que ter sempre pelo menos um@ clássic@, um@ "papa" no assunto.
2. Tem que ter sempre pelo menos um@ artista brasileir@.
3. Tem que ter sempre pelo menos uma artista mulher.
4. Tentamos diversificar as gerações d@s artistas apresentad@s.
Por mais que fotografia de natureza não seja a especialidade de nenhuma de nós duas, tenho 30 anos de fotografia e a Juliana 25 anos, tivemos uma certa dificuldade inicial de incluir uma mulher na lista de indicações. De imediato pensamos no Ansel Adams e no Araquém Alcântara e o grilinho ficou lá cricricri... que mulher incluir? Nossa primeira lembrança foi a Marcela Bonfim, uma amazonense indicação de uma aluna. Mas a especialidade dela é o povo e não a natureza, embora tenha belas fotos de natureza também... E a Marcela prepara seu primeiro livro. Claro que não queríamos apenas fazer uma pesquisa no google por fotógrafas de natureza... Queríamos indicar nomes que fosse relevantes para mim ou para a Ju. Começamos a resgatar nossas referências da National Geographic, lá deve "ter alguma mulher" pensamos - claro que têm, sempre têm... nós apenas temos menos visibilidade. Nos lembramos da Jody Cobb: mais de um livro publicado, várias capas da National Geographic, mas também não dá para dizer que a especialidade dela é natureza. Por fim nos lembramos de Bervely Joubert! Especialista em vida selvagem morou por muitos anos numa barraca dentro de um parque nacional na África e umas das coisas que ela mais fotografou foi leões. Ela é dona de um dos únicos registros de um grupo de leões caçando um bebê elefante, uma cena muito impressionante que em décadas fotografando na África presenciou 2 vezes. Vimos a imagem num documentário (Os fotógrafos da National Geographic) e tentamos incluir neste artigo, mas infelizmente não localizamos.
Para concluir, deixamos aqui nossas 3 indicações de livro de fotografia de natureza para que possam conhecer mais de alguns dos artistas mencionados neste post.
Ansel Adams' Yosemite - Organização Pete Souza.
Blood Moon - Berverly Joubert.
Terra Brasil - Araquém Alcântara.
Um beijo e até o próximo post!
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